terça-feira, 29 de março de 2011

VOCÊ QUER SER JORNALISTA? ENTÃO, PRESTE ATENÇÃO:

Sempre que acompanho palestras de figurões do jornalismo e ouço atentamente os conselhos que dão, geralmente ao final das apresentações, a estudantes e outros aspirantes à profissão sobre como proceder para atingir seus objetivos, fico com a pulga atrás da orelha. É sempre mais do mesmo.

Não que aquelas palavras motivacionais ou os lugares comuns que esses figurões costumam despejar nas atentas plateias, como “leia bastante”, “procure entender como a sociedade funciona em sua totalidade e em suas partes” ou “mantenha-se atento para as contradições e os conflitos na teia social e econômica, porque é daí que nascem as pautas”, não sejam úteis.

São muito úteis, sim.

Mas, como professor de jornalismo há quase uma década, entendo que faltam conselhos, digamos, mais práticos. Faltam aqueles toques mais triviais e nem por isso menos eficazes, de gente mais experiente e com vivência docente, a jovens que, muitas vezes, são involuntários portadores de sérios (mas não insolúveis) problemas decorrentes de má formação nos ensinos fundamental e médio.

Portanto, para que possam estar mais aptos a enfrentar um mercado cada vez mais restrito e restritivo, uma selva, por que não dizer?, que exige dos postulantes a adentrá-la o domínio de um ilimitado universo de conhecimentos gerais e específicos, técnicos e teóricos, lanço aqui singelas contribuições (vou atualizar, na medida em que me lembrar de outras):

REDAÇÃO:

  1. Não escreva “mais” quando quer dizer “mas”. Preste atenção. Mais é soma, é acréscimo. Mas é advérbio e, geralmente, vem precedido de vírgula (NÃO, A VÍRGULA NÃO É MAIS FREQUENTE DEPOIS DO “MAS”).

    Ex: ERRADO: “Você gosta de mim, MAIS não sabe disso”.

    CERTO: Você gosta de mim, MAS não sabe disso”.

  2. Sempre, sempre, sempre coloque vírgula depois daquele “SEGUNDO FULANO DE TAL, TAL COISA É ASSIM E ASSADO”. Isso vale para DE ACORDO COM FULANO,..., CONFORME SICRANO,...

  3. Depois das aspas que encerram uma frase textual de algum entrevistado, USE A VÍRGULA ANTES DO CHAMADO VERBO DICENDI (disse, diz, afirmou, afirma, ressaltou, ressalta etc). Ex: “Eu acho que o Brasil está em um novo caminho”, disse fulano.

  4. Quanto a essa questão do DISSE ou DIZ, veja: se a matéria é FRIA e/ou o aspecto temporal/cronológico não tem tanta relevância, pode usar DIZ/AFIRMA/RESSALTA ECT. Caso, ao contrário, seja importante tal aspecto, pode usar DISSE/RESSALTOU/AFIRMOU etc. Mas preste atenção: NÃO MISTURE OS DOIS TEMPOS VERBAIS (PASSADO E PRESENTE) ao usar esses verbos. Se começou com DIZ, mantenha os verbos pós-declaratórios no PRESENTE. Se começou com DISSE, mantenha os verbos no passado. Beleza?

  5. Separe os períodos. Abuse dos pontos (sem ser telegráfico). Lembre-se: sempre que você fica tentado a iniciar uma nova construção frasal, com sujeito, verbo e predicado, após uma vírgula (equivocada), faça isso com um ponto. Simples!

  6. Separar sujeito de verbo com vírgula é justificativa para fuzilamento do perpetrador.

  7. Os apostos explicativos, aquelas informações/adendos sobre alguém ou alguma coisa, sempre vêm entre vírgulas. Uma regra bacana é pensar assim: essa informação aqui, sob essa coisa ou essa pessoa, poderia vir entre parênteses? Se sim, é só trocar os parênteses por vírgulas, uai! Ex: “Fulano de tal (que foi o campeão da maratona no ano passado) disse que não vai mais competir”; “Fulana (moradora do bairro Padre Eustáquio) não aprovou o novo viaduto do bairro” “Sicrano (de 25 anos) acha que o Brasil vai melhorar”. Viu? Se deu pra por entre parêntetes, taque as vírgulas.

  8. A regra dos porquês. Olha, basta se lembrar do seguinte: você deve colocar mentalmente a palavra “razão” depois do que do porque, independentemente da frase. Se a palavra se encaixa (poderia ser usada sem alterar o sentido), então o por que é SEPARADO. Se ela não se encaixa, o porque É JUNTO. E o porquê com acento? Só quando é substantivo: EX: “Entenda os porquês da renúncia do candidato”; “Entenda por que o candidato renunciou”; “O candidato renunciou porque estava deprimido”. Mais uma coisinha: o acento no “quê” vale quando o quê está no fim da frase: “O candidato renunciou: Por quê?”

  9. Quanto à nova ortografia: NÃO, O ACENTO CIRCUNFLEXO NÃO CAIU EM VERBOS COMO “ELES TÊM”, “ELES MANTÊM”, “ELES VÊM (do verbo VIR)”... O que caiu foi o circunflexo em vogais dobradas: VOO, ELES VEEM (do verbo VER)...

  10. NÃO CONFIE NO CORRETOR ORTOGRÁFICO DO WORD. Aconselho até que você o desabilite. Tenha um dicionário instalado na sua máquina de trabalho e faça as checagens nele. O aulete serve: http://www.auletedigital.com.br/download.html

  11. Visite este endereço: http://www.culturatura.com.br/gramatica/ortografia/erros.htm. São os CEM ERROS MAIS COMUNS DE NOSSO QUERIDO IDIOMA. IMPRIMA E COLOQUE À MÃO, PARA CONSULTA QUANDO FOR ESCREVER

APURAÇÃO E PRODUÇÃO:
  1. Fonte não é amigo(a). Fonte é fonte. Se você fica amigo, pode se ver impedido, no seu íntimo, de perguntar à fonte algumas coisas ou de revelar coisas sobre ela.

  2. Quando encontrar um assunto bom para desenvolver em forma de reportagem/matéria jornalística, faça um planejamento (mental ou no papel) para uma apuração equilibrada. Busque os lados mais relevantes para esclarecer a questão (que seja um acidente de trânsito ou a viagem do homem à Lua). Mesmo com opiniões coincidentes em várias pontas desse laço, tente puxar todas para garantir que ele seja desamarrado.

  3. Para redigir, editar, enfim, produzir a reportagem, não importa o suporte de difusão (jornal impresso, revista, rádio, TV, Internet), faça antes também um planejamento. Qual a notação, o gancho, o punch (soco) mais relevante/importante sobre esse tema sobre o qual me debrucei, dentro do contexto em que ele, meus leitores e eu nos inserimos? Sim, porque é sobre isso, esse gancho, que vou construir minha história. Como esse assunto se desenrola e qual a melhor forma de contar todos os seus aspectos ao meu leitor?


Por enquanto é isso. Depois atualizo.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Blog: a hora da evolução

Blogueiros experientes dão dicas para aumentar a audiência. Profissionalização, conteúdo e segmentação são fundamentais.

Por
Barbara Oliveira - 7/2/2011 - 20h09
(extraído de http://www.dcomercio.com.br/Materia.aspx?id=61840&inc=0)

Em 1994, o estudante de jornalismo de São Francisco Justin Hall decidiu criar um site com relatos de seu cotidiano e compartilhar isso com amigos. Nascia ali o primeiro weblog de conteúdo pessoal. Passados 16 anos, o blog evoluiu para a segmentação, ficou mais profissional, incorporou ferramentas de atualização
e se transformou em uma das principais fontes de informação para milhões de internautas.

Ao contrário do que se poderia imaginar – que os blogs estariam com os dias contados a partir da popularização das redes sociais e do Twitter – tais serviços ganharam fôlego. Os blogueiros enriqueceram seus conteúdos e se engajaram às novas tecnologias. As fronteiras entre o blog, os microblogs e as redes sociais começam a desaparecer com posts replicados em outros endereços. Assim, os relatos diários passaram a influenciar e a integrar o cotidiano de qualquer internauta ávido por notícias ou informações sobre algum assunto específico, sejam eles games, tecnologia, futebol, comida, política, viagens e dezenas de outros temas. (clique na imagem abaixo para vê-la mehor)

Só o Technorati, o mais importante indexador da blogosfera, listava na semana passada 1 milhão e 255 mil blogs ativos e cadastrados no serviço, todos em língua inglesa. No topo da lista dos cinco primeiros do Technorati, e medidos pelo critério de influência e permanência na web, está o Huffingtonpost.com, uma rede de blogs com textos de 9 mil voluntários (entre eles Hillary Clinton, o cineasta Michael Moore e a cantora Sinead O'Connor). Com uma equipe de 195 pessoas que complementam o conteúdo jornalístico, o Huffpost tem sido fundamental na cobertura dos protestos no Egito nos últimos dias, contando histórias e relatos de quem está na região e sob vários pontos de vista. A rede recebe 24 milhões de visitas únicas/mês e o sucesso é tão grande que a AOL, uma das maiores companhias de internet dos EUA, anunciou ontem que comprará a empresa por US$ 315 milhões. Segundo a criadora da rede, Arianna Huffington, haverá também uma versão brasileira – o primeiro lançamento internacional.

Os serviços de tecnologia são outros que representam a segmentação e sucesso na web. Quatro deles estão entre os Top 5 do Technorati: o Engadget, o TechCruch, o Mashable e o Gizmodo. Não se sabe exatamente quantos endereços de blogs existam hoje, mas estima-se que superem a 150 milhões.

A popularização das ferramentas – WordPress, Blogger, Tumblr, só para citar os três mais conhecidos – permitiram aos blogueiros criarem seus registros diários de forma mais fácil e inserindo vários recursos, como áudio, vídeos e fotos, observa Edney Souza, um dos pioneiros da blogosfera brasileira com o InterNey.net (em 1997). Souza transformou seu site pessoal em blog em 2001, e por três anos foi considerado um dos mais populares da internet brasileira, com 4,5 milhões de pageviews/mês. A partir daí, ele encontrou fórmulas para monetizar o endereço, voltado para tecnologia. "Eu escrevia e colocava anúncios de portais (Mercado Livre, Submarino, Buscapé, Google AdSense). Os valores dos cliques e vendas desses anúncios pagavam a hospedagem do servidor (cerca de R$ 6 mil mensais) e passaram a garantir, mais tarde, minha independência financeira", relata.

Entre 2005/07, Souza criou uma rede de blogs (www.interney.net/blogs), fechou um contrato com o portal iG, fez parcerias com anunciantes e passou a viver exclusivamente dessa atividade. Com o sucesso do empreendimento, o empresário abriu uma agência digital, a Pólvora Comunicação, especializada em estratégia e campanhas publicitárias para empresas em mídias sociais. Entre seus clientes estão o Boticário e o Hospital 9 de Julho. No final do ano passado, Souza e outros três sócios, com o apoio de um investidor, lançaram a Blog Content, rede profissional dedicada a três tipos de conteúdos: próprios, em parceria com outros blogueiros ou encomendados por agências e empresas pontocom. Essa start-up já conta com oito serviços (quatro de tecnologia e games e quatro femininos). "Queremos atender as empresas que buscam um blog como ferramenta para ampliar e estruturar sua atuação nas redes sociais", diz Souza.

Profissionalização, conteúdo e segmentação são elementos fundamentais para a sobrevivência desses sites pessoais e empresariais, observam especialistas. O editor-chefe do Tecnoblog, Thiago Mobilon, diz que está no ar desde 2005, tem uma audiência de 2 milhões de hits mensais e é lucrativo (com publicidade e programa de afiliados) desde 2006. O site investiu R$ 250 mil, em 2010, em contratações, servidores mais rápidos, valorização da marca e desenvolvimento de scripts.

Segundo Mobilon, o conteúdo e um bom design são importantíssimos para um blog profissional. "Como se destacar no meio de tantas redes sociais e overdose de conteúdos na internet? Produzindo algo original, de qualidade e melhor do que a concorrência", ensina. Atualizações constantes, novos formatos, links com outros endereços, proximidade com os leitores (respondendo os posts) e participação ativa nas redes sociais são dicas de Mobilon para manter o interesse da audiência.

Para Israel Degásperi, criador de um site só de mídias sociais (http://midiassociais.blog.br), a explosão desses relatos diários na internet se deve não só às tecnologias para enriquecer conteúdos e o visual. Degásperi, que trabalha para a construtora Tecnisa, referência no uso das redes para relacionamento com os clientes, lembra a maior interação das marcas com o Facebook, Twitter e Orkut e a possibilidade de o usuário ter seu blog nos dispositivos móveis. "Quem oferecer bons textos, artigos, notícias relevantes tem futuro garantido", opina. "Muitas vezes, as informações ou opiniões postadas pelos leitores passam a ser mais importantes do que o próprio post original. Quanto vale para uma fábrica de camisetas, por exemplo, descobrir que as cores novas da coleção não agradaram ao público?", questiona.

"Um autor que seja uma referência ou uma celebridade em determinada área formam outro nicho de blog, que pode ser patrocinado por uma a empresa, no lugar de mostrar banners e pop ups incômodos", observa Edney Souza, do Interney.net.

Outro especialista é o professor de comunicação digital da PUC-RS, Marcelo Ruschel Träsel, um dos autores de um livro coletivo online Blog.com e de alguns blogs, inclusive de gastronomia (http://trasel.com.br/garfada), desde 2002. Träsel acha que as ferramentas de publicação continuarão sendo usadas por quem busca profissionalizar o conteúdo na web, oferecendo um material mais elaborado.

"Quem quiser apenas compartilhar ideias e pensamentos menos consequentes, fotos e vídeos deve optar por redes sociais".

Uma análise feita pelo indexador Technorati sobre o futuro da blogosfera ressalta a mobilidade desses conteúdos (em smartphones e tablets) como principal tendência. No final do ano passado, 25% dos blogueiros já estavam engajados em formatos móveis.

Serviço:
www.blogcontent.com.br
www.interney.net/blogs
http://www.links.net/(blogdeJustinHall)
http://midiassociais.blog.br
http://trasel.com.br/
www.tecnoblog.net

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Como a Sociedade de Jornalistas Profissionais pode continuar relevante na era da Internet?

A Sociedade dos Jornalistas Profissionais (SPJ, na sigla em inglês) é a maior e mais antiga organização jornalística da América. E, como qualquer outra organização desse tipo, atualmente, sofre enorme pressão para que adapte seu papel à nova realidade do jornalismo.

Neste Verão (2010), a SPJ incumbiu seu Comitê de Mídias Digitais de responder como a entidade deveria proceder, no contexto contemporâneo. O resultado está neste relatório em PDF, divulgado recentemente. A SPJ perguntou a determinas pessoas o que pensavam da sociedade do futuro – o estudo incluiu "luminares" dessa área, como Clay Shirky, Jay Rosen, Howard Owens, Alan Mutter, Rick Edmonds, Ken Doctor e outros.

Abaixo, as dez principais conclusões a que chegaram com a pesquisa, sobre o que a SPJ deve fazer para manter-se viva e relevante. Algo, sem dúvida, de muito interesse para qualquer pessoa envolvida com organizações jornalísticas. E lembre-se: se você tem bom conhecimento de inglês, a leitura do relatório completo vale muito a pena.


1. Faça uma ponte entre novas e velhas mídias, agregando e destacando o jornalismo de alta qualidade e facilitando a integração entre o conteúdo on-line e as formas tradicionais de divulgação de informação (mída tradicional).

2. Crie uma rede de trabalho vibrante para possibilitar que os responsáveis pelo conteúdo eletrônico possam compartilhar ideias tanto on-line quanto pessoalmente.

3. Tome posições claras sobre questões polêmicas envolvendo a mídia digital, polêmicas estas que afetam o futuro do compartilhamento de informações. Torne-se defensora da ampliação do acesso à Internet, de notícias e informações.

4. Ensine repórteres a usar as poderosas tecnologias emergentes, a partir de softwares para sites e dispositivos capazes de fornecer maior profundidade às histórias e o aumento da participação do público.

5. Eduque equipes jornalísticas e cidadãos sobre os princípios básicos do jornalismo, porque, na era digital, a adequada coleta de informações e as técnicas de narrativa jornalística são mais importantes do que nunca.

6. Envolva jornalistas e público em um diálogo vigoroso sobre os propósitos, os valores e os padrões do jornalismo. Construa um conhecimento público sobre o jornalismo e a credibilidade do fazer jornalístico. E eduque o público sobre essas questões, para que ele possa também praticar o jornalismo de maneira ética.

7. Faça treinamentos em jornalismo empresarial, por meio da promoção de seminários, da produção de artigos sobre o tema, criando convenções e proporcionando oportunidades de qualificação em todos os segmentos, dos departamentos de vendas aos setores de desenvolvimento web.

8. Ensine a jornalistas e seus gestores as teorias que fundamentam as formas de usar as novas tecnologias midiáticas e dê exemplos das melhores práticas. Isso é mais importante do que dar simples lições sobre como se deve usar equipamentos.

9. Assegure-se de que o staff e os líderes da entidade são profundos conhecedores das tendências e teorias do jornalismo digital, de maneira que possam se antecipar ao que os integrantes das organizações jornalísticas precisarão saber.

10. Faça pesquisas para determinar e melhor direcionar as necessidades dos jornalistas. Também persiga e responda sempre aos direcionamentos da indústria jornalística.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Aula expositiva - maio de 2010

Prezados,

acessem o link abaixo para nossa aula expositiva sobre "Perspectivas do Jornalismo On-line".

Os slides foram preparados com material extraído do curso Jornalismo 2.0 para professores, do Knight Center for Journalism in the Americas, sob a responsabilidade do professor Carlos Castilho.

Vamos lá?

CLIQUE AQUI PARA ABRIR A APRESENTAÇÃO

sábado, 24 de abril de 2010

A internet está prestes a fracassar

Estamos desprezando o potencial transformador da rede

por por Douglas Rushkoff

Clayton Júnior

É inegável que a internet mudou as pessoas. Sem dúvida continua mudando. Só que de forma diferente. No início da web, quando a tecnologia era mais rudimentar e ainda havia uma certa aura de conhecimento envolvendo a então nova invenção, estar online significava o início de uma fascinante jornada de investigação — uma viagem quase interminável de links que conectavam informação. Mas a realidade mudou: agora as pessoas encontram tudo o que querem em poucos segundos. Deixamos de lado o estímulo da investigação instigante e passamos a nos contentar com simples e rápidas respostas, que ficam no meio do caminho entre a questão e a investigação.

Para mim, reside aí a real diferença entre aquela época e a atual: não que a internet fosse mudar as pessoas, mas ela poderia ser uma ferramenta para as pessoas mudarem o mundo. Não foi o que aconteceu. É claro que a internet ajudou a estimular discussões importantes. Porém a web de hoje está longe de ser um caminho alternativo para mudarmos o que está a nosso redor. Virou apenas uma nova janela para o mesmo mundo de sempre. Nela, continuamos a fazer as mesmas velhas compras e negócios, sem que isso nos dê o mínimo poder para promover transformações realmente fundamentais. Na verdade, nem temos tempo para pensar nisso. Tudo é instantâneo, voltado preferencialmente para soluções a curto prazo de problemas superficiais.

Clayton Júnior

Não devemos perder a esperança de que a situação pode melhorar. Mas para que a internet passasse a ser usada para desenvolver novos valores e relações humanas, seria preciso que as pessoas utilizassem interfaces mais complexas e bem diferentes dos twitters e facebooks de hoje, que não foram, aliás, criados para promover esse tipo de evolução humana. As pessoas teriam de entender algo essencial: que os diferentes ambientes virtuais que elas hoje habitam são programados por pessoas e grandes empresas na tentativa de nos encorajar a pensar e agir da maneira que elas querem. Só que, para terem consciência disso, elas teriam de adotar a perspectiva dos programadores de computador — algo bem difícil de vir a acontecer.

Há, sem dúvida, práticas muito interessantes no mundo virtual. Veja o fenômeno dos chamados crowd sourcing (em tradução livre, seria uma forma de trabalho coletivo via internet com o intuito de criar algo a partir da contribuição de várias fontes). Muitas áreas e produtos foram aperfeiçoados porque pessoas trabalharam juntas em grandes grupos virtuais. O problema é que muitas delas não se dão conta de que estão a serviço de grandes companhias, só que sem ganhar um tostão. Até agora, a prática de criar códigos abertos e repartir informações online levou à criação de, basicamente, imitações: Linux é cópia do Unix, o Firefox é apenas um tipo de browser e a Wikipedia não passa de uma enciclopédia. Eu ainda estou para ver se esses trabalhos de criação coletiva têm mesmo condição de produzir algo que grupos bem pagos para isso não podem.

Quando pensamos em negócios, o cenário não é muito diferente. A internet certamente mudou a maneira como os negócios são feitos. Foi exatamente por isso, diga-se, que tivemos uma crise financeira tão acentuada. Graças à web, as pessoas hoje podem fazer transações diretamente e podem começar suas empresas sem precisar pegar tanto dinheiro emprestado no banco. É relativamente barato abrir um negócio próprio usando apenas um laptop. No mundo virtual, o capital necessário para iniciar um comércio é hoje praticamente irrelevante. A internet, no entanto, não conseguiu nos livrar daquilo que procuram os grandes grupos, que é vender o máximo possível. E assim os donos das grandes firmas — e o restante dos nós, usuários — prosseguimos dando as costas para o incrível potencial transformador da web.

Douglas Rushkoff é escritor e professor de estudos de mídia da Universidade New School, nos EUA(extraído de http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI135078-17774,00.html)

domingo, 7 de março de 2010

Exercício: audioslideshow


1) Primeiro, vamos pesquisar na rede informações e colher imagens que tenham a ver com a pesquisa feita para a disciplina do professor Odilon Araújo. Separem as imagens encontradas em uma pasta do computador (uma que possa ser gravada no pen drive e/ou enviada por e-mail, para vcs).

2) Em seguida, devem escrever um texto que será narrado por vocês mesmos, no nosso exercício de audioslideshow. Lembrem-se: as imagens devem casar com o áudio/matéria de vocês.

3) Texto pronto, vamos ao Windows Movie Maker (nessa parte é necessário ter um head set - microfone e fone de ouvido):

3.1. Abra o Windows Movie Maker (Iniciar>Programas)

3.2. Importe as imagens da pasta que você criou:





Vai ficar mais ou menos assim:











3.3. Importe também o áudio que vc criou.







3.4. Arraste o áudio para a faixa de edição de áudio e música.

3.5. Na medida em que vc for ouvindo o áudio, vá arrastando as imagens que dizem respeito a cada trecho.





3.6. Para inserir os créditos desse pequeno filme, clique em criar títulos ou créditos> Adicionar título ao clipe selecionado> Digite o crédito> Escolha a fonte e a animação> clique em "concluído, adicionar título ao filme”


3.7. Ao terminar a edição, clique em Concluir filme>Salvar no computador: